Gil de Roca Sales | Obras do compositor e arranjador gaúcho Gil de Roca Sales Obras do compositor e arranjador gaúcho

Acervo

Ó, lindo cavalo crioulo
Símbolo do Rio Grande do Sul
Sempre acompanhando o gaúcho
Nas suas lides, de sol a sol.
Muito embora de padrão diferente
Tens, contudo, a mesma força e beleza
Do mais belo ser da criação.
Ó cavalo, ó cavalo!

Ó, meu Brinco de Princesa, sem igual tua beleza
Ó, flor mágica, formosa, encantaste mesmo a rosa
Ó, flor símbolo do Rio Grande do Sul
Pois no brilho de tuas cores
Brilham as mais belas flores
Ó, meu Brinco de Princesa!

Amargo doce que eu sorvo
Num beijo em lábios de prata.
Tens o perfume da mata
Molhada pelo sereno.
E a cuia, seio moreno,
Que passa de mão em mão
Traduz, no meu chimarrão,
Em sua simplicidade,
A velha hospitalidade
Da gente do meu rincão.
Chimarrão! Chimarrão!

Êra, êra, êra, boi, boi, boi, êra, êra, boi.
Os homens de preto trazendo a boiada
Vem rindo e cantando, dando gargalhada.
E o bicho coitado não pensa nem nada
Só vem pela estrada, direito à charqueada.
Deus, Deus, Deus, Deus, Deus, você fez.

Os homens de preto trazendo a boiada
Vem rindo e cantando, dando gargalhada.
E o bicho coitado não pensa nem nada
Só vem pela estrada, vem berrando, vem berrando.

O gado coitado, nasceu, foi marcado
Aí vai condenado na estrada berrando
A querência deixando
E os homens marvado empurrando, gritando
Toca boi, toca boi.

Êra, êra, êra, boi, boi, boi, êra, êra, boi.
E os homens de preto, empurrando a boiada
Vão rindo e cantando, dando gargalhada.
Deus, Deus, Deus, Deus, Deus, você fez.

O gado coitado, nasceu, foi marcado
Aí vai condenado, direito à charqueada.
Mas manda a poeira no rumo de Deus
Berrando pra ele, dizendo pra Deus
Deus, Deus, Deus, Deus, Deus, você fez
Deus, você fez.

Você sabe quais são os nove símbolos do Rio Grande do Sul?
Então diga cantando, então diga cantando.
Quero-quero e cavalo crioulo. Marcela e brinco de princesa.
Bom churrasco e chimarrão, chima, chimarrão.
Hino rio-grandense, bandeira e brasão.
São símbolos do Rio Grande do Sul.

O Rio Grande do Sul conhece os ventos pelo nome, e o mais famoso dos ventos é o Minuano, nome original de uma tribo indígena que habitava a campanha gaúcha.
Geralmente no inverno, às vezes na primavera, o vento Minuano sopra do Sudoeste varrendo as nuvens e deixando o céu extremamente límpido. Traz consigo o frio dos Andes e enregela “até os ossos”.
Gravado pelo Cora do Banrisul (2001).

Barroso – é a pelagem do vacum semelhante à cor do café com leite.
Pangaré – é a pelagem do equino semelhante ao barroso do vacum, predominante nos cavalos crioulos.
Ligada à antiga tradição luso-brasileira, esta cantiga foi, durante muitos anos, a mais representativa do cancioneiro riograndense.

Nesta canção está estampada toda a paixão do gaúcho pelo Rio Grande. Seus versos parecem palpitar:
“E se Deus não achar muito
Tanta coisa que eu pedi
Não deixe que eu me separe
Deste rancho onde nasci
Nem me desperte tão cedo
Do meu sonho de guri
E de lambuja permita
Que eu nunca saia daqui.”
Gravado pelo Cora Banrisul (2001).

Esta bela e popularíssima canção de Vitor Mateus Teixeira (o Teixeirinha), é considerada um verdadeiro hino ao Rio Grande.

Mais que um apelo velado contra quaisquer cativeiros, esta composição, em alguns passos da melodia, é um belo desenho sonoro do vôo livre dos cardeais; exalta, outrossim, a liberdade, tanto dos pássaros como do ser humano.
Gravado pelo Coral Banrisul (2001).

Gravada por notáveis intérpretes brasileiros e sul-americanos, como Mercedes Sosa, esta toada é um canto telúrico com forte apelo às origens campeiras do gaúcho urbano, cantando as atrações do campo e lavoura, como nestes versos:
Quero só um pedaço de terra – Um ranchinho de santafé – Milho verde feijão laranjeira – Lambari cutucando no pé – Noite alta, um luzeiro alumiando – Um gaúcho sonhando de pé.
Gravado pelo Coral Banrisul (2001).

Os autores da canção foram muito felizes na elaboração desta milonga em cujos versos chama a atenção a alternância entre o vocabulário musical e o linguajar gauchesco.
Alguns exemplos: bordando a milonga com o contracanto dos grilos que não querem dissonâncias mas silêncios e acordes naturais; um galo madrugador chamou a barra do dia; e a regência xirua é da noite que escreveu a partitura em compasso charrua e clave de lua.

O autor considera esta música como a mais bela de suas composições. E, certamente, não foi por acaso que ela foi escolhida, por jurados e pelo povo, como a “canção símbolo do Rio Grande”.
Gravado pelo Coral Banrisul (1999).

Pago: lugar em que se nasceu, o lar, o rincão, a querência. Este talvez seja o vocábulo mais usado na vida campesina do Rio Grande do Sul. Ele resume, para o gaúcho, um pedaço afeiçoado e querido da terra que o viu nascer.
Gravado pelo Coral Banrisul (2001)

A carreta foi, por muito tempo, o único meio de transporte nas campanhas do Rio Grande do Sul. Por isso, é um dos símbolos mais expressivos da tradição gaúcha. Compondo cerca de oitenta toadas, Luiz Menezes alcançou sua definitiva consagração com Piazito Carreteiro.
Gravado pelo Cora Banrisul (2001)

Entre as lendas gaúchas, a mais genuína é, sem dúvida, a lenda do Negrinho do Pastoreio.
Luiz Carlos de Barbosa Lessa, poeta inspirado e grande pesquisador das tradições do pago, elaborou, com rara felicidade, versos e melodia para esta lenda gaúcha.
Gravado pelo Coral Banrisul (2001)

Tito Madi, compositor paulista, escreveu esta música às margens do Guaíba, em Porto Alegre, quando veio participar de um programa radiofônico. É a canção gauchesca mais conhecida em todo o Brasil. Tanto divulgou o Rio Grande do Sul que o governo gaúcho houve por bem instituir um prêmio com o nome de “Prêmio Gauchinha Benquerer”.
Gravado pelo Coral Banrisul (2001)

Em forma de chamamé, sua temática são as lidas campeiras do gaúcho veterano dom seu cavalo.
Sentindo a idade chegar, o velho gaúcho não se entrega facilmente, pois a coragem e os sonhos não envelhecem.
Garavado pelo Coral Banrisul (2001).